Decibel 271
Alexander Liebermann

para quarteto de cordas
Decibel 271 é o segundo projeto colaborativo entre o pesquisador C. Loren Buck e o compositor Alexander Liebermann. A estrutura da composição retrata a vida de uma fêmea de baleia-da-groenlândia, desde seu nascimento em 1754 até sua morte em 2025. Esta baleia atingiu a impressionante idade de 271 anos, um ano a mais do que a baleia-da-groenlândia mais velha da qual se tinha notícia.
Cada compasso da obra, com duração de cerca de um segundo, corresponde a um único ano de vida da baleia. A peça é dividida em seções distintas, refletindo períodos importantes do desenvolvimento biológico deste animal:
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Compassos 1–25: Período juvenil
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Compassos 26–163: Período de amadurecimento reprodutivo
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Compassos 164–270: Início da senescência e velhice
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Compasso 271: Morte
Um tema recorrente é introduzido durante o período de amadurecimento reprodutivo, se desenvolvendo ao longo dessa seçãointeira, bem como de grande parte da obra. Esse motivo representa o ciclo reprodutivo da baleia, incluindo gestação, lactação e um período de descanso de vários anos antes do reinício do ciclo. A duração do motivo varia geralmente entre 4 e 9 compassos, que representam anos. Com o início da senescência, o motivo persiste, mas torna-se cada vez mais fragmentado — refletindo musicalmente o processo de envelhecimento e o declínio da baleia. Além de retratar a linha do tempo biológica do animal, a composição também incorpora eventos históricos da atividade humana que afetaram a espécie: O primeiro deles é o Período dos Baleeiros Ianques, os caçadores comerciais de baleias no século XIX— esta era foi dominada por frotas de navios baleeiros estadunidenses que quase levaram a espécie à extinção. Esse período é representado entre os compassos 91–109 (anos 1844–1862), durante osquais o motivo reprodutivo praticamente desaparece, sendo depois reintroduzido de forma gradual. O segundo é o aumento da poluição sonora subaquática. Esses sons antropogênicos tiveram início principalmente durante a Segunda Guerra Mundial e vêm crescendo desde então, devido às atividades militares, à industrialização e à expansão contínua do transporte marítimo global. Musicalmente, esses ruídos são representados por um áudio pré-gravado que se intensifica progressivamente, reproduzido por alto-falantes
Quarteto de Cordas da Cidade de São Paulo

Betina Stegmann
Violino
Nascida em Buenos Aires, Betina Stegmann aprendeu e estudou violino em São Paulo com Lola Benda, continuando-os com Erich Lehninger. Diplomou-se pela Escola Superior de Música de Colônia, onde cursou violino com Igor Ozim. Logo após, seguiu para Israel, onde se aperfeiçoou com Chaim Taub em Tel Aviv. Mais tarde frequentou cursos ministrados por Pinchas Zukerman e Max Rostal. Ex-integrante do Quinteto D’Elas, com quem ganhou em 1998 o Prêmio Carlos Gomes na categoria de música de câmara, é spalla da Orquestra de Câmara Villa-Lobos e professora de violino na Faculdade Cantareira. Como recitalista e solista, apresentou-se em várias cidades do Brasil, Argentina, Itália, Alemanha, Estados Unidos e Bélgica. Realizou gravações nas rádios WDR (Alemanha) e na RAI – Trieste (Itália), estreando obras de compositores contemporâneos.

Nelson Rios
Violino
Sob orientação de Maria Lúcia Zagatto e posteriormente de Elisa Fukuda estudou na Escola de Música de Piracicaba. Participou dos principais festivais de música no Brasil (Campos do Jordão, Brasília, Londrina e Curitiba) e em Mendoza, na Argentina. Bacharel em música pela Faculdade Mozarteum, graduou-se também em Engenharia de Alimentos pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Como bolsista da Fundação Vitae, frequentou a Carnegie Mellon University em Pittsburgh, EUA, em 1996. Integrou a Orquestra Sinfônica da Paraíba, de Câmara de Blumenau e a Jazz Sinfônica do Estado de São Paulo, entre outras. Como professor, lecionou na Escola Municipal de Música e em importantes Festivais no Brasil e no exterior. Atualmente é membro das orquestras de Câmara Villa-Lobos e Sinfônica da USP.

Marcelo Jaffé
Viola
Aos seis anos de idade, orientado pelo pai, Alberto Jaffé aprendeu violino. Em 1977, aos 14 anos, passou a tocar viola, ganhando, no mesmo ano, o 1º Prêmio no Concurso Nacional da Universidade de Brasília. Após aperfeiçoamento na Universidade de Illinois e no Centro de Música de Tanglewood, nos Estados Unidos, apresentou-se em vários países, participando de destacados conjuntos camerísticos e orquestrais. Atuou como Maestro da Kamerata Philarmonia e foi diretor artístico da Orquestra Jazz Sinfônica do Estado de São Paulo. Atualmente, é professor de viola da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo e apresentador da Rádio e TV Cultura

Rafael Cesario
Violoncelo
Mestre pela Universidade de São Paulo, obteve o diploma de Perfectionnement no Conservatoire départemental du Val de Biévre (França), na classe de Romain Garioud. Teve aulas com Eduardo Bello, Antonio Meneses, Alisa Weiterstein, Peter Szabo, Dennis Parker, Pieter Wispelwey, Sol Gabetta, entre outros. Como solista, tocou com a Orquestra do Theatro São Pedro, Orquestra Sinfônica de São José dos Campos, Camareta Fukuda. Como camerista, atuou ao lado de músicos como Lorenz Nasturica, Mathieu Dufour e Andreas Wittmann, da Filarmônica de Berlim. Foi professor no Festival Internacional Violin Festspiele Brazil, onde solou com Orquestra Sinfônica do Paraná, sob a regência do de Henrik Schaefer. É professor no Instituto Baccarelli, integra o Quarteto de Cordas da Cidade de São Paulo e se apresenta regularmente com Cristian Budu, Yuri Pingo, Sonia Rubinsky, Leandro Roverso e Marcos Aragone.